A Lapônia é uma das regiões mais intrigantes e misteriosas do norte da Europa. Localizada no extremo norte da Noruega, Suécia, Finlândia e parte da Rússia, seus invernos rigorosos e fenômenos naturais, como a aurora boreal e o sol da meia-noite, fazem dela um destino muito procurado por viajantes.
É também o lar do povo Sami, que ocupa essa região há milhares de anos, desenvolvendo uma relação especial com o meio ambiente ártico e criando uma cultura rica e complexa.
A natureza da Lapônia
A Lapônia se destaca pelo seu clima subártico, que traz neve abundante e temperaturas extremas. Os dias no inverno são curtos, e o fenômeno da "noite polar" faz com que o sol desapareça por semanas em algumas áreas, deixando as paisagens sob um céu estrelado e, por vezes, iluminado pela aurora boreal. No verão, a situação se inverte, com o sol da meia-noite permitindo dias contínuos de luz e atividades ao ar livre que exploram florestas, montanhas e rios.
O povo Sami e sua adaptação ao Ártico
Os Sami, também conhecidos como lapões, são um povo indígena da região ártica cuja ocupação da Lapônia data de cerca de 9.000 anos atrás. Eles são considerados um dos povos indígenas mais antigos da Europa, e sua história é marcada por uma capacidade de adaptação notável às condições extremas do clima ártico.
Ao longo dos séculos, os Sami desenvolveram práticas de sobrevivência específicas para suportar o frio intenso e o isolamento da região. No passado, muitos Sami viviam como nômades, movendo-se de acordo com as estações para acompanhar o movimento das renas, que são animais de grande importância cultural e econômica para esse povo. As renas forneciam carne, couro, leite e ossos, e a criação desse animal ainda é uma atividade fundamental para muitos Sami.
Para se proteger das temperaturas que podem chegar até -30°C durante o inverno, os Sami desenvolveram técnicas de vestuário e habitação adaptadas ao clima ártico. As roupas tradicionais, chamadas “gákti”, originalmente feitas de pele de rena para isolamento térmico, têm detalhes coloridos que simbolizam diferentes grupos familiares e regiões de origem.
As habitações tradicionais dos Sami eram cabanas temporárias, chamadas de “lavvu”, que lembram tendas e eram projetadas para reter o calor e resistir ao vento, permitindo mobilidade durante a criação de renas.
Tradições culturais e a importância do "joik"
A cultura Sami é marcada por várias expressões artísticas e religiosas únicas, sendo uma das mais importantes o “joik”, um tipo de canto característico que serve como uma forma de conexão com as lembranças, emoções e pessoas queridas. Cada joik é um tipo de retrato sonoro, que captura a essência de uma pessoa, animal ou até mesmo uma paisagem. O joik é considerado uma forma de comunicação espiritual e, historicamente, fazia parte de cerimônias xamânicas, antes de o cristianismo se espalhar pela região e levar muitos Sami a abandonar essas práticas.
Além do joik, a arte Sami inclui também trabalhos em couro, madeira e chifres de rena. Os Sami confeccionam colares, bolsas, cintos e adereços, muitos dos quais são decorados com símbolos que representam aspectos da natureza, como o sol e as montanhas.
Vida moderna e cultura Sami hoje
Atualmente, embora muitos Sami tenham adotado um estilo de vida mais moderno e urbano, a criação de renas continua a ser uma prática importante, especialmente na Suécia e na Noruega, onde apenas os Sami têm permissão legal para criar esses animais. Ainda hoje, estima-se que haja cerca de 10 mil criadores de renas Sami, que desempenham um papel central na preservação da cultura e na economia da comunidade.
Hoje em dia, o pastoreio de renas não é mais a principal atividade Sami e a maioria das pessoas vive em casas escandinavas normais.
Com o poder de propagação da internet e conteúdos de viagem, a região segue capturando a atenção e atraindo aventureiros para a região, tendo agora o turismo como importante atividade econômica.
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